Uma vergonha
Quando o seu opositor Antônio Olímpio era prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, através do seu grupo na Câmara, liderado pelo então vereador Isaac Albagli, reagiu à aprovação de um reajuste no IPTU indo à público dizer à população que “não pagasse o absurdo”. E o que diria agora Jabes Ribeiro, caso não fosse governo? Defenderia um aumento médio de 300 por cento do imposto sobre imóveis e de até 2 mil por cento sobre terrenos? Ou acharia um novo absurdo, um desrespeito com a população? Exigiria do ilheense que pagasse o aumento forçado goela abaixo ou estimularia um novo calote?
Uma empresa foi contratada para estudar e viabilizar um novo código tributário para Ilhéus. Ao que se sabe – pelo menos é o que dizem os vereadores de oposição – não teve muito trabalho para chegar a esse resultado catastrófico. Juntou pedaços de outros códigos existentes, mas utilizando como parâmetro cidades como Camaçari, uma das mais ricas do estado, e, até, Recife, uma próspera e bem cuidada capital do nordeste. Montou um quebra-cabeça ardiloso, uma armadilha contra o bolso do consumidor e contribuinte. Armaram o golpe e, agora, essses tais técnicos vão embora, sem dó nem piedade de quem ficou para pagar o preço. Inclusive o preço cobrado por eles.
Pior ainda é ver o agachamento da Câmara ao interesse do Executivo. Os covardes vereadores da base aliada não tiveram sequer decência de questionar os valores. Acataram goela abaixo tudo o que foi imposto pelo prefeito Jabes Ribeiro. Um deles, Tarciso Paixão, candidato à presidência da Casa com o apoio do governo, chegou ao absurdo de defender o ataque ao bolso do consumidor para garantir o apoio que precisava para sentar-se na cadeira de presidente, como se aquilo ali fosse mais importante que os votos que recebeu do povo humilde de Ilhéus.
A este, propomos um pacto com a sociedade: que ele ganhe a presidência sob qualquer preço (sim, na Câmara tudo é muito bem valorizado). Mas que perca o mandato em 2016, através da indignação do povo que ele acaba de trair.
Ainda na campanha o atual prefeito condenou os pardais e ao invés de retirá-los, aumentou o número de câmeras nas ruas. Cadê o dinheiro das multas que seriam aplicados na melhoria de nossas ruas? Agora vem com o discurso que, com o aumento do IPTU, será possível fazer alguma coisa.
Será?
Que a OAB e a Defensoria Pública façam prevalecer os intereses do povo.